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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

600 espécies de aves tropicais em risco por aquecimento global



Pássaro Quetzal-Resplandecente.

Do blog ECOnsciência

A perspectiva de um clima fora de controle não apenas levará a um enorme sofrimento humano, mas provocará a extinção de milhares de organismos, entre os quais as aves tropicais serão apenas uma fração do total. As aves são um sinal perfeito para mostrar os efeitos das mudanças globais nos ecossistemas mundiais e nas pessoas que dependem desses ecossistemas.


MUDANÇAS CLIMÁTICAS COLOCAM AVES EM PERIGO DE EXTINÇÃO

Pode haver menos aves para os ornitólogos verem no mundo à medida que o planeta esquenta. As mudanças climáticas, em combinação com o desmatamento, podem levar entre 100 e 2,5 mil espécies de aves tropicais à extinção antes do final do século, de acordo com nova pesquisa publicada no Biological Conservation.

A ampla gama de espécies depende da extensão do clima e de quanto habitat será perdido, mas pesquisadores dizem que a gama mais provável de extinção é entre 600 e 900 espécies, o que significa de 10 a 14% das aves tropicais, excluindo as espécies migratórias.
“As aves são um sinal perfeito para mostrar os efeitos das mudanças globais nos ecossistemas mundiais e nas pessoas que dependem desses ecossistemas”, disse o principal autor e ornitólogo Çağan Şekercioğlu, da Universidade de Utah.
“Comparadas às espécies de clima temperado, que frequentemente experimentam uma ampla faixa de temperatura em uma base anual, as espécies tropicais, especialmente aquelas limitadas a florestas tropicais com climas estáveis, são menos propensas a acompanhar as mudanças climáticas rápidas.”
Şekercioğlu e seus colegas pesquisaram 200 estudos científicos relacionados a aves tropicais e mudanças climáticas para desenvolver sua estimativa, que acompanha estimativas anteriores do declínio de aves ligado ao aquecimento do planeta.


As aves mais suscetíveis aos impactos das mudanças climáticas incluem espécies de altitudes elevadas, que podem literalmente ficar sem habitat, e as já restritas a faixas pequenas. Um aumento nos eventos climáticos extremos, como secas e tempestades, pode também colocar em perigo algumas espécies.

A intensidade crescente de furacões, mesmo se a frequência diminuir, pode ameaçar aves costeiras, enquanto longas secas podem prejudicar a capacidade das aves de encontrar alimento durante a estação de reprodução. A Amazônia, por exemplo, sofreu duas secas recordes nos últimos sete anos, levando muitos cientistas a temer pela flexibilidade ecossistêmica frente às mudanças climáticas.

As doenças podem também representar um problema. A malária deve se espalhar para altitudes e latitudes mais altas, possivelmente colocando em risco algumas espécies de aves tropicais. O aumento do nível do mar pode também representar um problema para aves costeiras e insulares.

“Nem todos os efeitos das mudanças climáticas são negativos, e mudanças nos regimes de temperaturas e de precipitação beneficiarão algumas espécies”, afirmou Şekercioğlu. Por exemplo, o tucano-de-peito-amarelo (Ramphastos sulfuratus) viu sua faixa aumentar para altitudes mais altas como resultado das mudanças climáticas.
Tucano-de-peito-amarelo
No entanto, o seu ganho foi a perda de outra espécie: o quetzal-resplandecente (Pharomachrus mocinno), uma ave de altitudes mais altas, tem agora que competir com o tucano por ninhos e enfrentar a ameaça de tucanos predando os ovos e filhotes de quetzal. A competição súbita entre o tucano de peito amarelo e o quetzal-resplandecente (nas duas fotos acima) mostra como as mudanças climáticas podem afetar as espécies de formas inesperadas.

Mesmo que um mundo mais quente possa beneficiar algumas poucas espécies, Şekercioğlu acrescentou que “as mudanças climáticas não beneficiarão muito” e o resultado final será uma perda significativa na biodiversidade das aves.

Atualmente, o clima global esquentou cerca de 0,8 graus Celsius desde a Revolução Industrial. Enquanto os governos globais se comprometeram manter o aquecimento abaixo dos dois graus Celsius, as promessas atuais de cortes de emissões passam longe dessa meta. Porém, alertam os cientistas, um único grau adicionado no aquecimento poderia levar à extinção de 100 a 500 espécies de aves tropicais a mais.


Os cientistas recomendam mais pesquisas e um melhor monitoramento das aves tropicais. Além disso, áreas protegidas devem ser criadas ou expandidas para preencher as lacunas para espécies de aves e terras degradadas restauradas. A transferência de algumas espécies também pode se tornar necessária.

“No entanto, tais esforços serão correções temporárias se não conseguirmos atingir uma mudança social importante na redução do consumo, no controle das emissões de gases do efeito estufa e na interrupção das mudanças climáticas”, escreveram os autores.

“Caso contrário, enfrentamos a perspectiva de um clima fora de controle que não apenas levará a um enorme sofrimento humano, mas provocará a extinção de milhares de organismos, entre os quais as aves tropicais serão apenas uma fração do total.”

No Instituto Carbono Brasil – original no Mongabay, traduzido por Jéssica Lipinski

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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Produtos Aparentemente Inofensivos Que Causam Câncer

Você sabia que os cuidados da saúde também estão na nossa casa? Muitos não sabem disso, mas existem itens e materiais aparentemente inofensivos que podem ser muito prejudiciais ao nosso bem-estar. Alguns deles podem até aumentar o risco de câncer ou o surgimento de outras enfermidades. Por isso, é importante que você saiba quais são. Selecionamos aqui 11 deles que estão presentes na maioria dos lares não somente do Brasil, mas do mundo todo. Confira.


1. Sprays aromatizadores de ar

Segundo um relatório divulgado pelo Conselho de Defesa dos Recursos Naturais dos Estados Unidos, muitos dos purificadores e aromatizadores de ar usados regularmente em domicílios contêm compostos que podem nos fazer muito mal. Grande parte desses purificadores de ar, mesmo aqueles rotulados como "naturais", contêm diversos produtos químicos chamados de ftalatos, sendo os mais comuns o DEHP, o DIDP e o DINP. Como parte do Programa Nacional de Toxicologia nos Estados Unidos, foi constatado que o DEHP é uma substância que pode ser cancerígena, e que esses produtos químicos podem afetar adversamente o desenvolvimento cerebral e o desenvolvimento sexual.

É importante ressaltar que esses riscos são maiores em gestantes, crianças e pessoas com saúde debilitada e doenças crônicas. Se você quer manter o ar da sua casa puro e com um aroma agradável, é muito fácil preparar purificadores caseiros utilizando produtos que passam longe dessa bateria de químicas nocivas à sua saúde. Veja aqui como preparar um aromatizador de ambiente com poucos ingredientes.


2. Cortinas de chuveiro e produtos plásticos semelhantes

Você provavelmente já ouviu falar sobre o policloreto de vinila, ou o famos PVC, pois é um plástico extremamente popular, o terceiro mais comum no mercado. Embora seja um bom material para ser usado em tubos de esgoto, pode ser perigos se formos expostos a ele dentro de casa. Aquelas cortinas de chuveiro que você acha inofensivas são feitas de PVC e outros compostos tóxicos que podem ser liberados no ar durante o banho.

Essas toxinas podem afetar o sistema reprodutivo e respiratório e podem até mesmo causar câncer. Por isso, é importante verificar do que é feita a cortina do seu banheiro, e se contiver este material perigoso, substitua por alternativas saudáveis, como boxes de vidro, por exemplo. Além disso, é fundamental verificar se os brinquedos e recipientes de plástico dos seus filhos ou netos contêm PVC.

3. Plástico de microondas

Antes de tudo, é importante que você conheça os símbolos que estão em vários recipientes, garrafas e outros produtos feitos de plástico (veja aqui como reconhecê-los). Por mais que existam diferentes tipos de plástico, nenhum deles é recomendado para aquecimento em micro-ondas. Fabricantes garantem que muitos deles são seguros para uso em micro-ondas, e embora sejam resistentes e não derretam, eles liberam componentes químicos no alimento que está sendo aquecido. Por isso, nunca os utilize!


4. Materiais para limpeza de tecidos e carpetes

Se você usar produtos específicos para tecidos e carpetes, é importante certificar de que não contenham tricloroetano ou naftalina. Se você os encontrar na lista de componentes, pare de usá-los imediatamente, ou nem compre, já que ambos componentes aumentam o risco de câncer de pulmão ou garganta. Se o seu carpete tem uma mancha persistente, saiba que é possível removê-la com bicarbonato de sódio. Basta polvilhar bicarbonato sobre a mancha, umedecer para absorver a sujeira, e depois remover com aspirador de pó.


5. Itens lavados por limpeza a seco na tinturaria

De acordo com a Sociedade Americana Contra o Câncer, uma substância perigosa que pode estar escondida em seu armário é o tricloroetileno, um produto químico que pode ficar em roupas e outras peças que foram lavadas a seco. A inalação deste vapor líquido transparente pode danificar o sistema nervoso central, com sintomas semelhantes aos de intoxicação alcoólica, incluindo dores de cabeça e tonturas, ao ponto de perder a consciência. Em casos mais graves, pode até levar à morte.

Além disso, a substância é suspeita de ser cancerígena. Portanto, na próxima vez que você precisar levar suas roupas em uma tinturaria, é válido perguntar se os produtos por eles utilizados contêm tricloroetileno ou outros componentes químicos que, inconscientemente, possam pôr sua saúde em perigo.


6. Repelentes e pesticidas

Quem tem animais de estimação sabe que eles estão suscetíveis a algumas pragas, mesmo que estejam sempre limpinhos. Sempre compramos xampus e outros produtos para acabar com esses visitantes indesejados, mas precisamos ficar atentos aos componentes contidos neles, pois alguns xampus e repelentes contêm componentes químicos que podem ser cancerígenos, o que pode fazer mal tanto ao seu cão e gato quanto à sua família. O mesmo vale para xampus para matar piolhos.

Produtos que contenham substâncias químicas como a permetrina ou éster fosfato podem ser cancerígenos e perigosos a seres humanos. Portanto, seja muito rigoroso ao escolher esses produtos. Além disso, há formas naturais e caseiras de cuidar de piolhos, repelir insetos e remover as pulgas de cães e gatos sem produtos químicos.


7. Talco em pó

O talco está amplamente disponível nos mercados com diversos fins: para tênis e meias para evitar chulé, para as axilas e até mesmo para bebês, com o intuito de prevenir feridas e coceiras. No entanto, é fundamental olhar o rótulo desses produtos antes de adquiri-los, pois alguns deles contêm fibras de amianto, pois, segundo órgãos regulamentadores de saúde, este material pode aumentar o risco de câncer de ovário e doenças pulmonares.


8. Tinta para a casa

Pintar a casa nos dá uma sensação de leveza, limpeza e renovação. No entanto, diversas tintas de parede contêm compostos voláteis. À medida que começam a secar após a aplicação, tais compostos “escapam” para o ar. O mais agravante é que não é temporário: eles podem ficar ali após vários anos da pintura.

Pessoas que trabalham em um ambiente que acabou de ser pintado, ou até mesmo pintores podem respirar esses compostos, o que pode causar uma série de problemas de saúde, como dores de cabeça, tonturas ou outros sintomas mais graves. Por isso, se você precisa renovar a sua casa, é fundamental olhar a composição da tinta que você vai usar, optando por aquelas que não contenham tais componentes.


9. Panelas de teflon

Há vários anos, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos encontrou uma substância cancerígena chamada ácido perfluoro-octanoico nas panelas de teflon. Pesquisadores da Agência acrescentaram que, ao ser exposto a altas temperaturas, o teflon libera gases e substâncias tóxicas que podem levar a várias doenças e até mesmo câncer. No entanto, se você já tiver algum utensílio de cozinha revestido por teflon e não estiver danificado, pode continuar usando. O único alerta é que não seja utilizado em cozimentos de longas horas.


10. Produtos antibacterianos

Geralmente, tendemos a confiar em produtos antibacterianos supostamente fabricados para deixar nosso ambiente o mais limpo e seguro possível. No entanto, muitos desses produtos, incluindo cosméticos e de higiene pessoal como sabonete e pasta de dente, contêm uma substância chamada triclosan, registrada na Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como inseticida. Tal composto pode ser cancerígeno e, embora os experimentos sobre o triclosan tenham sido feitos apenas em ratos até agora, já causaram preocupações suficientes para proibir o uso de produtos que contenham essa substância nos países da União Europeia.


11. Desodorantes e antitranspirantes

A maioria de nós tem o cuidado de usar desodorante todos os dias para reduzir o suor das axilas e evitar odores, e há uma imensa variedade de produtos com diversos aromas e texturas. Alguns deles são tão potentes que prometem proteção de até 48 horas. No entanto, grande parte desses desodorantes contêm sulfato de alumínio, que, em contato com a pele, pode promover o crescimento de células cancerosas e até desencadear câncer de mama.

Diversos estudos ainda estão sendo realizados para confirmar essa informação, e alguns deles até contradizem isso, mas, em todos os casos, você pode substituir esses desodorantes químicos por opções naturais, como o versátil óleo de coco.


12. Velas

Outro produto aparentemente inocente são as velas perfumadas. Nos Estados Unidos, foi proibida a venda de velas com pavio revestido em chumbo, e é importante que você verifique isso cuidadosamente antes de acender uma vela em sua casa.

Uma maneira simples de verificar se sua vela contém chumbo requer apenas um pedaço de papel. Segure a vela de tal forma que você possa esfregar o pavio nesse papel e, se não deixar nehuma marca na página, provavelmente não contém chumbo. Caso suspeite que as velas em sua casa não são seguras, você pode facilmente fazer uma vela de laranja e aproveitar o aroma cítrico maravilhoso e sua luz brilhante.


A lista acima é apenas uma fração dos produtos que você acha que são seguros, mas podem estar causando danos para você e sua família. Este artigo não pretende deixar as pessoas apreensivas ou com medo, e sim aumentar a conscientização e ajudar todos fazerem as escolhas mais inteligentes ao comprar ou preparar itens para serem usados em sua casa.



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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Petição: Não ao extermínio de cães com leishmaniose em Florianópolis...

Petição postada no site da Change.org

Desde 2010, os cães que vão para castração pela Prefeitura de Florianópolis são testados para leishmaniose, sem o conhecimento dos seus tutores. No termo de autorização da cirurgia, até 2 meses atrás, não existia o item de liberação pra coleta do sangue do animal pelo responsável. Agora, acrescentaram o parágrafo.

Porém, muitos nem leem até o fim e acabam autorizando sem saber! E o que dizer dos animais abandonados nas ruas que não tem quem se responsabilize por eles?

O certo seria o direito ao tratamento, pois este existe, e que isso fosse fornecido pelo município, uma vez que o mosquito* não vem sendo combatido de forma eficaz e este é o único vilão da história. Os cães são as vítimas e matá-los não irá resolver em nada a situação já existente!

Clique aqui para assinar: 

  • Este abaixo-assinado será entregue para:
  • CCZ de Florianópolis/SC
  • Gean Marques Loureiro, prefeito de Florianópolis.
  • ====================<<<<<<<<<<<XXX>>>>>>>>>>====================

  • *O mosquito responsável pela transmissão da leishmaniose é o Mosquito-palha, também conhecido como birigui, cangalha, tatuquíra, entre outros, são insetos, pequenos, corcundas e com as asas, estreitas e de forma lanceolada, sempre levantadas quando estão pousados. 
  • O mosquito-palha, ou flebotomíneo, é um inseto pequeno, que gosta de lugares úmidos e escuros. 
  • Segundo Onilda Santos da Silva, professora de Parasitologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), não é possível precisar onde esse mosquito deposita suas larvas, o que torna mais difícil seu combate. 
  • "Uma das melhores formas é usar telas de proteção e piretróides (inseticidas)", sugere.
  • Onilda reconhece que o mosquito-palha pode adquirir resistência ao inseticida ao longo do tempo. 
  • "Depende de qual local está recebendo o piretróide, com que frequência, qual tipo de pulverização está sendo feita e se está sendo aplicado no lugar certo. Porém, infelizmente, ainda é um instrumento bastante importante, porque não sabemos de onde o mosquito vem", explica. 
  • Postando no Jornal do Comércio 
  • Link de sustentação:
  • http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/05/geral/564453-combate-ao-mosquito-transmissor-da-leishmaniose-deve-ser-com-inseticida-e-tela.html)
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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Qualidade da água na bacia do rio Doce piora dois anos após tragédia em Mariana

Postado em 07/11/2017 no site da S.O.S Mata Atlântica (www.sosma.org.br).
A qualidade da água de rios que compõem a bacia do rio Doce piorou dois anos após a maior tragédia ambiental do país, ocorrida com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Expedição realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, entre os dias 11 e 20 de outubro, revela que a qualidade da água está ruim ou péssima em 88,9% dos 18 pontos de coleta analisados e que apenas dois pontos apresentam qualidade regular (11,1%). O estudo completo está disponível em: https://www.sosma.org.br/quem-somos/publicacoes/

Nos 18 pontos monitorados, a qualidade da água está imprópria para consumo humano e usos múltiplos, como pesca, irrigação e produção de alimentos. Apenas três pontos apresentam conformidade com o padrão definido na legislação brasileira para turbidez, um dos indicadores diretamente associado ao impacto da lama de rejeito de minérios.

Em sete dos 16 pontos que apresentam qualidade de água péssima e ruim foi constatada ausência de vida aquática, como girinos, sapos e peixes. “Nesses locais, o espelho d’água estava repleto de insetos e pernilongos, vetor de graves problemas de saúde pública, como a dengue, zika, chicungunha e febre amarela”, observa Malu Ribeiro, especialista em Água da Fundação SOS Mata Atlântica responsável pela expedição.

A equipe da Fundação percorreu o rastro da lama por 733 km ao longo de todo o rio Doce, desde os seus formadores – os rios Gualaxo do Norte, Piranga e Carmo – a uma centena de afluentes que formam a bacia e banham 29 municípios e distritos dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. 

























Confira o comparativo entre as análises realizadas em novembro 2015, logo após o rompimento da barragem, e em 2016 e 2017:

Apesar de visualmente a água estar mais clara, Malu Ribeiro explica que o sedimento de rejeito de minério está presente em todo o leito do rio e, por ser muito fino, qualquer movimento das águas faz com que ele fique em suspensão, aumentando novamente a turbidez para índices impróprios.

“A seca extrema e o baixo volume das águas causaram uma concentração dos poluentes, o que fez com que a poluição, apesar de imperceptível a olho nu, esteja em concentração bem maior do que no ano passado”, disse Malu.

Apesar de estarem longe do cenário ideal, nove pontos de coleta apresentaram sinais de vida aquática. Eles estão localizados onde existem fragmentos de mata nativa ou que contam com áreas de preservação permanente. “Esses locais foram menos afetados com o impacto da lama. Mesmo com tamanha tragédia, é possível notar alevinos, conchas, girinos e poucos peixes, sobretudo nos pontos próximos a afluentes de maior volume”, diz Malu.

A elevada turbidez, o baixo volume dos rios, o excesso de nutrientes em decomposição lançados pelo esgoto sem tratamento e as altas temperaturas reduziram os índices de oxigênio dissolvido. “Para a recuperação da qualidade da água, é essencial que sejam adotadas medidas efetivas de restauração florestal com espécies nativas, de revitalização da bacia e a ampliação dos serviços de saneamento básico e ambiental nos municípios afetados”, acrescenta Malu. 

Saúde pública

A água do rio Doce continua fora dos padrões legais para um rio de classe 2 e apresenta concentrações elevadas de sólidos em suspensão e metais pesados, como manganês, cobre, alumínio e ferro, em diferentes trechos monitorados ao longo da expedição.

Apenas dois pontos de coleta, localizados em Perpétuo Socorro e Governador Valadares, ambos no rio Doce, não apresentam índices de cobre na água. Nos outros 16 pontos monitorados, a concentração desse metal está acima do permitido. O consumo de pequenas quantidades desse elemento pode provocar náuseas e vômitos. Quando ingerido em grandes quantidades, pode afetar os rins, inibir a produção de urina e causar anemia devido à destruição de glóbulos vermelhos.

Cinco dos pontos analisados apresentam concentração de manganês acima dos índices permitidos. A ingestão desse metal pode trazer rigidez muscular, tremores das mãos e fraqueza. Pesquisas realizadas em animais apontam que o excesso desse componente no organismo provoca alterações no sistema nervoso central e pode levar à impotência.

Metodologia

A Fundação SOS Mata Atlântica apresenta neste estudo o retrato da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Doce e a evolução dos Índices de Qualidade da Água (IQA) apurados nos anos de 2015, 2016 e 2017, por meio do projeto Observando os Rios, com parceria da Universidade de São Caetano do Sul – núcleo de pesquisa IPH (Índices de Poluição Hídrica).

Para a medição dos parâmetros definidos no IQA, a SOS Mata Atlântica desenvolveu um kit de análise que utiliza reagentes colorimétricos que permitem realizar as coletas e análises dos indicadores de qualidade da água em campo por voluntários do Observando os Rios, projeto que tem patrocínio das empresas Ypê e Coca-Cola Brasil.

Em virtude das especificidades do dano provocado pelo rompimento da barragem, nas três expedições técnicas de monitoramento, em 2015, 2016 e 2017, foram utilizados equipamentos especiais, sondas eletrônicas e protocolos específicos para as coletas e medições em campo e para as amostras analisadas em laboratório, incluídos os índices de Condutividade Elétrica do Meio Aquático, Total de Sólidos Dissolvidos (TDS) , Dureza, Cobre (Cu), Alumínio (Al), Magnésio (Mg2+), Manganês (Mn2+) , Ferro (Fe3+) e microbiológicos.

Os dados do IQA, as análises microbiológicas e de metais pesados reunidos no relatório foram elaborados com base na legislação vigente e em seus respectivos protocolos.

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